sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Resenhando - (Sem cortes)


O Dia de Um Paulistano

Eram 6:50 qdo acordei e percebi que estava atrasado, afinal as crianças tinham que entrar na escola as 7:20. Sem o carinho de sempre acordei os meninos e num ritmo militar vestiram seus uniformes e engoliram o café. Assim naquela sexta feira pedi que colocassem os cintos de segurança e parti rapidamente em direção a Avenida João Dias que para meu desespero estava travada, foi então que me conformei com o atraso dos meninos e com minha primeira derrota no dia, que estava longe de acabar.
Meu cronograma ainda era satisfatório, pois agora iria para casa tomaria o café, um banho, e rumaria para o escritório com minha esposa para mais um dia de trabalho.
Não era sexta feira 13, mas assim que saímos de casa já se ouvia falar de um grave acidente na marginal envolvendo carro e moto(cotidianos esses acidentes), e a guerra entre os motoristas começara para todos aqueles que teêm chefes que não compreendem o fato de estarmos preocupados em dirigir, de chegarmos atrasados, de levarmos um esporro e o que é pior, querermos mandar esse filho da puta ir tomar no cú e não podermos.
Assim cheguei no escritório e tudo rolou como esperava no parágrafo anterior.
Agora sim poderia começar a trabalhar e talvez recomeçar meu dia, mas não esperava que a mãe do meu chefe ( que trabalha no escritório tbm, e se acha a dona de tudo ) fosse ocupar meu tempo com aquelas bostas que os velhos costumam fazer, como lhe
indicar o melhor caminho para visitar um cliente sendo que a filha da puta nunca dirigiu um carro e ñ tem a menor noção do que está falando. Seria cômico se eu ñ escutasse essa merda a 12 anos e ñ soubesse exatamente o caminho a tomar.
De qquer forma eu estava saindo do escritório e ficaria umas boas horas sem ver a cara do meu chefe e da mamãe.
Foi qdo eu estava com o pé na rua que meu chefe me chama e diz para eu levar o pai dele, sim o papai tbm trabalha lá (empresa familiar, sabem como é), e está esclerosado, mas tão esclerosado que vc tem que ensinar a ele todos os dias a passar
naquela porra de catraca que os edificios comerciais tem. Aí sim percebi que aquela sexta feira tão esperada por todos os trabalhadores era a pior segunda feira de muito tempo.
Agora era guerra, essa sexta queria me foder, era pessoal, e eu sabia que qto menos importância eu desse a ela, mais ela ficaria puta comigo. Então, com toda a paciência do mundo, peguei o velho e saímos rumo ao cliente para efetuarmos um bom
negócio. Chegando lá esperamos por volta de uma hora(eu já estava morto de fome)e fomos atendidos com surpresa ao perceber que o pai do meu chefe estava comigo,
afinal nosso cliente se sentiu lisonjeado e eu percebi que meu dia mudaria e minha venda estava garantida. Foi qdo o velho safado aponta prá ele e diz ahááááá, filho da puta, sabia que ia te achar, agora paga o que me deve.(PUTA QUEU PARIU EU QUERO MORRER).
Até explicar o mal entendido eu já tinha tido caganeira, o velho ñ lembrava do que tinha dito, e o cliente me mandou tomar no cú(como é bom poder mandar alguem tomar no cú). De volta ao trânsito e pensando na vida, imaginei se eu merecia tudo aquilo e
pensei que sim pois fazia tempo que eu ñ rezava, pedi desculpas ao SENHOR e me conformei em perder a venda do mêêêssss.
Chegando no escritório e explicando tudo ao chefe, o filho da puta pôs a culpa em mim e me mandou almoçar, pois eram três da tarde e eu tinha que fazer uns bancos pra ele. Hora, se são três da tarde e tenho bancos pra fazer vou ter que almoçar como
meus filhos tomaram café porra.
Sim, se prá vc a história está comprida, imagina prá mim que já ñ olhava mais o relógio esperando que derepente fossem 17:00 que é meu horário de saída(ñ vai dizer que eu sou privilegiado hein, caralho). Pois foi o que aconteceu, o relógio firmou em 17:00 e eu mais que depressa me despedi de todos e me arranquei daquele inferno de escritório.
Agora em casa, depois de carregar minha mulher com todas minhas teorias do porquê, nós que somos humildes tementes a DEUS, temos que trabalhar pra uma família de retardados mentais, só me resta abrir uma garrafa de rum e abraçar meus filhos com o carinho que me faltou de manhã.
-Sexta feira, vc ñ me derrotou estou aqui com quem me ama e... o QUÊ AMOR, levar as crianças pra minha irmã que temos uma reunião? AAAA REUNIÃO, como pude esquecer?
Corro de novo para o chuveiro , ponho uma roupa transada e tomo a última dose da garrafa(agora estou chapado e a lei seca que se foda), deixo as crianças na minha irmã e me dirijo ao Bairro do Morumbi para a reunião previamente marcada. Está difícil de estacionar e puta queu pariu porque tanta polícia bem hoje que eu tô
chapado?
Ótimo, achei uma bela vaga e descemos correndo para chegarmos ao começo da reunião, chegamos... conseguimos bons lugares mas derepente as luzes se apagam, levo uma porrada no peito e nos ouvidos, sim, "Rock'n'roll Train" acabara de abrir a turnê "BLACK ICE" e as 70.000 pessoas da reunião do AC/DC vão ao delírio.
O som estava fantástico, aliás estávamos de frente para as torres "line ray", agora eu me sentia vitorioso, aquela sexta feira estava definitivamente derrotada. Em duas horas de show, com surpresas como a enorme mulher inflável de "Whole lotta Rosie" e uma fileira de clássicos ("Let there be rock", acompanhada por imagens de toda a História da banda no telão, "You shook me all night long", "Thunderstruck", "T.N.T.", o AC/DC justificou plenamente a expectativa que trazia consigo, de apresentar o maior show do ano no Brasil. Os canhões de "For those about to rock (We salute you)",
depois de "Highway to hell", encerraram uma noite histórica.
Enfim, fui para casa sabendo que ser
paulistano é enfrentar o pior, mas receber do melhor.

Abraço a todos aqueles que enfrentam a vida e amam o
Rock'n Roll.,

A Dimesão Sonora agradece imensamente a contribuição desse grande discípulo do Rock!

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